A derrota do Palmeiras para o Corinthians não apenas expôs falhas táticas e falta de garra, mas também ressaltou a necessidade de uma postura mais humilde por parte do técnico Abel Ferreira.
Já antes de a temporada começar, surgiram dúvidas sobre seu comprometimento. No final do Campeonato Brasileiro de 2023, Abel assinou uma carta de intenção com o Al-Sadd, do Catar. Até hoje, ele não apresentou uma justificativa realmente cabível sobre o caso, o que deixou muitos torcedores em alerta e com questionamentos sobre seu foco.
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No clássico de ontem, enquanto o Corinthians jogava com intensidade, defendendo com dedicação e dando carrinhos, o Palmeiras parecia desorientado, cometendo erros, tanto individuais quanto coletivos. Em vez de assumir a responsabilidade pela fraca performance, Abel comparou-se a Ayrton Senna, dizendo que o piloto competiu por dez anos e conquistou três mundiais — uma tentativa de justificar que “não se ganha o ano todo”. Para muitos palmeirenses, essa analogia foi apenas uma forma de desviar o foco e evitar reconhecer os erros do time.
Além disso, as escolhas táticas de Abel nem sempre parecem claras para a torcida, e seu fechamento total dos treinos à imprensa só dificulta entender o raciocínio dele e da comissão técnica. A imprensa poderia ajudar a esclarecer a linha de pensamento por trás de suas decisões e opções de jogo, mas Abel e o Palmeiras opta por restringir esse acesso ao CT, criando uma barreira desnecessária entre o clube e os jornalistas. Ficar batendo na imprensa é uma postura que afasta ainda mais o clube dos torcedores, que acabam sem respostas sobre a estratégia e a preparação do time.
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É inegável que o técnico é o maior treinador da história do Palmeiras, mas a superioridade que ele transmite acaba prejudicando sua relação com a imprensa, a torcida e, às vezes, até com o próprio elenco. Atitudes como a recusa em abrir treinos e o tom arrogante em entrevistas criam um clima de desgaste. Um dos episódios mais incômodos foi sua resposta considerada machista a uma jornalista, reforçando a tensão entre ele e os profissionais de imprensa.
Mesmo após quatro anos e dez títulos pelo Palmeiras — uma marca admirável — Abel precisa entender que o futebol exige não só estratégia, mas também humildade. A humildade fortalece o técnico, une o time e reforça o vínculo com a torcida. Que essa derrota para o Corinthians seja um alerta de que mais humildade e autocrítica só podem fazer bem ao Palmeiras e a Abel Ferreira.