Vivemos um tempo em que a polarização no futebol reflete o pior da internet.
Qualquer opinião vira munição. Seja sobre política, futebol ou um passe errado no meio-campo, tudo se resume a lados. Você é Abelizado ou é Pardabel. Lula ou Bolsonaro. Elogia o time ou “não entende nada de bola”.
Mais preocupante ainda: não existe mais meio-termo. Quem tenta conversar, ouvir ou propor uma visão equilibrada vira alvo. A polarização no futebol virou um campo minado, e pouca gente quer pisar com calma.
Quando um elogio vira ofensa
Essa semana publiquei um tweet simples: “Palmeiras de Abel Ferreira não vai jogar bonito. Alguns jogos sim, a maioria não. Mas o mental é forte demais, briga por tudo sempre. Passam os jogadores, a ideia se mantém.”
Foi o suficiente para chover ataques. Me acusaram de “passar pano”, de “defender demais”, de não ver os problemas do time.
Essa reação exagerada escancara o que virou o debate. Em vez de refletir, as pessoas reagem. E, pior, nem leem direito.
O exemplo do Capita
Isso não aconteceu só comigo. Um exemplo claro é o corte do Caio Capita, em que ele se revolta com a cobrança desproporcional sobre Abel Ferreira. O vídeo mostra como a conversa foi substituída pelo exagero e pela agressividade.
👉 Assista ao corte do Caio Capita
O que aconteceu com o debate?
A internet se tornou um campo de batalha. Em vez de conversa, temos confronto. Em vez de escuta, temos grito. A polarização no futebol transformou até uma discussão de bar ou arquibancada em trincheira.
Quantas vezes já discordamos de um técnico no estádio e saímos abraçados depois do gol? Quantas vezes no bar a gente debateu com quem pensa diferente e saiu dando risada?
Hoje, basta uma opinião fora da bolha para virar alvo.
Abel Ferreira no centro da tempestade
O caso do Abel é o mais simbólico. Criticar o treinador virou quase crime para alguns e obrigação para os outros como se apontar um erro ou acerto fosse sinônimo de desrespeito.
O cara é o maior técnico da história do clube, ponto. Isso não significa que ele não possa, ou não deva, ser criticado quando necessário e mesmo elogiado também.
Por outro lado, os que chamam o técnico de pardabel, ignoram qualquer acerto do treinador, também tornam o debate vazio. Só atacam, sem escutar para apenas continuar “ético” na sua narrativa de criticar.
E as soluções?
Resgatar o respeito, talvez? Ouvir, discutir com argumentos, discordar sem ofender, CONVERSAR, FALAR.
Nem todo mundo que critica quer derrubar. Nem todo mundo que elogia é cego. É preciso nuance. Aqui no Podporco a gente sempre defendeu isso: a troca de ideias, mesmo quando elas não são iguais.
Um desabafo de pai
Vou ser sincero. Tô ficando velho demais pra essas coisas. A paciência diminui a cada dia.
E aí penso no meu filho, de três anos. E me corta pensar que ele vai crescer num mundo onde todo debate é guerra, onde ninguém ouve ninguém, onde um elogio pode virar ofensa.
Se a gente não mudar esse ambiente agora, o que a gente tá deixando pra ele?
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