Eu imagino que deva passar um filme na sua cabeça, Rony. Um daqueles dignos de Oscar que eu gastaria horas da minha vida para assistir e reassistir. Um filme com muita luta, sofrimento e perseverança, mas que no final, o protagonista vence.
As suas lágrimas ao ser convocado representam muito mais do que somente a felicidade em atingir um objetivo pessoal. As suas lágrimas, Rony, representam o desabafo daquela pessoa que sabe que conseguiu.
Daquela pessoa que enfrentou as dificuldades mais cruéis que o mundo pode proporcionar, e não hesitou em batalhar. De um cara que antes mesmo de levantar qualquer taça, já era um vencedor.
A sua trajetória no Palmeiras não foi fácil. Chegou badalado, por um alto valor, e não emplacou. Foi alvo de piadas, ofensas, teve a saída cogitada e até bandeirão rasgado. Mas desafio nenhum é grande o suficiente para quem já venceu a fome.
Com humildade, trabalhou e chegou ao posto de pilar do time. Não da forma como você imaginou, não na posição do campo que é a sua favorita. E mesmo assim, se fez um dos melhores do Brasil.
Daqui alguns anos, o atleta Rony será lembrado na história da Sociedade Esportiva Palmeiras como um ídolo extremamente vencedor. Mas fora dos gramados, está a sua versão que mais conquistou na vida: o ser humano Ronielson.
Se o futebol faz questão de exaltar o camisa 10 que dá tudo de si, eu faço questão de exaltar a pessoa que veste aquela camisa e a representa tão bem. Que leva para dentro das quatro linhas a motivação que o fez sair da miséria e chegar ao topo, que o consagrou como Rony, o Rústico.