Eu mereço ser feliz, Palmeiras!

‘Bate no peito, grita bem alto (o Palmeiras é gigante!), abre o sorriso, canta e diz: eu mereço ser feliz!’, assim é o refrão de um samba do cantor Mumuzinho, uma letra que eu gosto bastante e sempre busco cantar nos dias em que o cansaço e a tristeza pensam em me pegar. De vez em quando é bom lembrar como a gente precisa ser grato pelo o que a gente tem. E se você é palmeirense em 2023, meu amigo, me perdoe, mas você merece muito ser feliz atualmente.

Ao alcançar mais uma final, dessa vez de uma maneira não tão brilhante assim, vimos alguns palmeirenses se lamentando nas redes sociais. Parece que o clube está largado às traças, com uma comissão técnica sem nenhum planejamento e que nem gosta muito da palavra trabalho, com um camisa 8 que quase nem entra em campo representando todo palmeirense do universo, com uma base sólida e ultra campeã, com uma diretoria de futebol que por mais críticas que mereça pela falta de reforços na temporada, quase não foi importante para o momento histórico que o clube vive nos últimos três anos.

O grande Paulo Massini foi no Podporco no final de 2022 e disse uma frase que ficou martelando na minha cabeça desde então: ‘A gente tem que aprender a ser feliz com o Palmeiras. De 2015 pra cá, nós estamos quebrando uns paradigmas, e a gente precisa começar a ser feliz com o Palmeiras, não é ser arrogante ou metido à besta. Mas é se permitir a felicidade!’

 

 

E ele tem toda razão. E se engana quem pense que permitir a felicidade é ser passa pano ou não querer que o clube se mantenha competitivo e querendo cada vez mais e mais. Há uma enorme diferença entre viver o Palmeiras em sua totalidade, respirar o cheiro que só a Caraíbas tem em um dia de final, com estar satisfeito e bater palma pra tudo que acontece. Principalmente em sua parte institucional,

‘E viva cada momento como se fosse acabar, não vale a pena esperar!’

12 finais desde 2020. Um clube que passou 15 anos visitando apenas uma final de Estadual, chega pela quinta vez na decisão do Paulista nos últimos seis anos. É inevitável celebrar e sempre bom lembrar: a gente não sabe até quanto tempo isso vai durar.

Nem sei o que abril vai nos reservar após a final diante do Água Santa. O calendário vai apertar, Brasileirão e Libertadores vão começar, mas eu tento fazer o exercício de viver o hoje. E no agora, só o que eu me permito ser é feliz.

Não pode faltar tempo pra felicidade.

Há quem esteja do nosso lado da trincheira só esperando a tragédia acontecer pra jogar na nossa cara como era errado ser feliz com esse Palmeiras de Abel Ferreira. Alguns vão até nos culpar por termos sido tão felizes no momento mais glorioso em 108 anos de história. Faz parte. É um modo corneteiropalestrinoambulante de viver a vida que a gente teima em tentar mudar, mas que às vezes é humanamente possível transformar até para os extraterrestres de Penafiel.

Precisamos sempre também colocar a sandalha da humildade que sempre servimos com muito orgulho e lembrar que em toda peleja temos um oponente do outro lado. O futebol ainda segue sendo um esporte em que onze humanos ainda se permitem errar de vez em quando. Também faz parte.

O Palmeiras que eu aprendi a amar não vencia sempre. Não convencia sempre. Perdia sempre. Como você quer que eu não permita a felicidade entrar na minha porta pra quem aprendeu a amar esta camisa num período onde chegar em uma final parecia ser algo tão utópico?

Fala pra eles, Mumuzinho:

‘O tempo passando na velocidade, acorda pra vida
Não pode faltar tempo pra felicidade
Acorda pra vida
Não deixe pra amanhã que pode ficar tarde
Acorda pra vida
Depois não vai chorar no bloco da saudade
Acorda pra vida’

 

PP_SeloVV_B

notícias

Previous Next
Close
Test Caption
Test Description goes like this