José Carlos Brunoro é o convidado do Podporco dessa semana que foi gravado em homenagem ao aniversário de 30 anos da conquista do Paulista de 1993. Diretor esportivo da Parmalat, ele foi o escolhido para comandar a parceria da empresa italiana com o Palmeiras e com cheque em branco para contratar, montou a seleção que fez história não só em 1993, como também em 1994 e 1996.
‘Eu cheguei falando que precisava de três anos para construir um time campeão. Me chamaram de louco. A fila pesava bastante e ninguém mais aguentava esperar. Logo em 1992 conseguimos o vice-paulista e a partir de 1993 começamos a colocar o Palmeiras de volta ao lugar que ele merece!’, afirma Brunoro.
Do time que entrou em campo no dia 12 de junho de 1993, no Morumbi, Brunoro foi o responsável por contratar seis jogadores. Zinho, Mazinho e Edmundo vieram do Rio de Janeiro, Edílson do Vitória da Bahia e a dupla Antônio Carlos e Roberto Carlos que foi apresentada ainda no final de 1992, como presente de Natal pra torcida alviverde.
‘As pessoas pensam que a Parmalat pagava muito acima do mercado, mas isso é mentira. Tinham clubes que pagavam até mais que o Palmeiras, mas nosso diferencial é que o mês aqui tinha 30 dias, fora a visibilidade e a ponte para a Europa, essa era a isca nas negociações…’ – afirma o diretor que voltou ao clube anos depois, em 2013.
O que muitos torcedores do Palmeiras não sabem, é que Brunoro tentou trazer ainda mais craques para o Verdão de 1993, como por exemplo Diego Maradona.
‘Eu fiquei uma semana na Argentina negociando a contratação do Maradona, e quase que ele veio. Ele só não veio jogar no Palmeiras porque o povo argentino não ia aceitar ele jogar no Brasil. Estava tudo acertado financeiramente com os procuradores dele, mas ele nem quis ouvir a proposta pra não ficar com vontade de vir, pois o povo argentino ia matar ele…’ – relembra Brunoro.
Além de todos os bastidores da conquista do Paulista de 1993 e dos anos seguintes de Parmalat no Verdão, Brunoro contou sobre a sua saída em 1997 e comentou sobre o seu retorno ao clube em 2013, por convite do amigo Paulo Nobre.
‘Essa segunda passagem foi um pouco traumática. Muitos torcedores pediam pra mim voltar, mas eu não sabia que a situação estava tão ruim, o Palmeiras não tinha dinheiro pra comprar papel higiênico. O Paulo (Nobre) insistiu muito, mas foi uma passagem diferente muito por que dessa vez eu era funcionário do clube e isso já muda totalmente as coisas…’ – disse Brunoro.
José Carlos Brunoro acabou deixando o Palmeiras no final de 2014 após um forte desgaste político que culminou na sua demissão e semanas depois na contratação de Alexandre Mattos, que foi peça importante na reconstrução do clube.
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